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Investidores do mercado futuro de soja, milho e trigo na Bolsa de Chicago (CBOT) começam a semana atentos à disseminação do coronavírus, à logística na América do Sul e ao desempenho dos demais mercados. Nesta segunda-feira, o impacto das medidas de isolamento adotadas pelos governos pelo mundo e a votação do pacote de resgate dos EUA no Congresso norte-americano devem influenciar o comportamento dos ativos financeiros. A demanda chinesa por grãos norte-americano também volta ao radar, após a China ter anunciado compras de milho e trigo nos Estados Unidos no fim da semana passada.

Os futuros de soja terminaram em alta na sexta-feira com a expectativa de demanda chinesa pelo grão norte-americano. O vencimento maio subiu 19,25 cents (2,28%), para US$ 8,6250 por bushel. Na semana, a oleaginosa registrou ganho de 1,62%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou na sexta-feira que exportadores relataram vendas de 110 mil toneladas de soja para destinos não revelados. Traders acreditam, porém, que essas vendas tenham sido para a China.

Também na sexta-feira o USDA confirmou que a China comprou milho e trigo norte-americanos. “É um sinal de que os canais de negócios começam a se abrir. A demanda mundial, mesmo com o coronavírus, segue aquecida”, disse o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. No domingo, em entrevista coletiva, o presidente dos EUA, Donald Trump, destacou que a China adquiriu recentemente produtos agropecuários norte-americanos. Em relatório, a corretora Labhoro disse que, após as compras chinesas tão aguardadas da sexta-feira, não há mais informações sobre outras aquisições de commodities agrícolas, mas especula-se que devam ocorrer nesta semana.

Segundo o analista Michael McDougall, da Paragon, “os mercados finalmente estão vendo algum interesse chinês, e há preocupações crescentes com a logística (o que talvez possa explicar o interesse chinês também)”. Ele observou, no entanto, que a alta parece ser uma correção e que apenas condições climáticas desfavoráveis ao plantio nos EUA ou uma piora da situação nos portos da América do Sul vão animar mais o mercado.

Terminais portuários na localidade de Timbúes, na província de Santa Fé, na Argentina, paralisaram atividades para conter o avanço do coronavírus. A medida deve se estender até o começo de abril. Há temores de que isso resulte em menor oferta de farelo de soja, já que a Argentina é o maior exportador mundial do derivado. No Brasil, os maiores portos de exportação de soja e milho ampliaram ações de combate ao coronavírus, mas garantem que isso não afetará o carregamento de grãos neste período de safra. Contudo, os estivadores no Porto de Santos decidirão nesta segunda-feira se vão paralisar ou não atividades para se proteger diante da pandemia.

Por enquanto, os embarques transcorrem normalmente no Brasil. O fechamento de novos negócios, entretanto, perdeu força na sexta-feira com o recuo do dólar – a moeda norte-americana terminou em queda de 1,48%, a R$ 5,0267. Na semana, contudo, acumulou valorização de 4,37%.

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